GÊNESE E EVOLUÇÃO DE TURFEIRAS NAS SUPERFÍCIES GEOMÓRFICAS DA SERRA DO ESPINHAÇO MERIDIONAL – MG

Autores

  • Márcio Luiz Silva Professor do IFSULDEMINAS, Campus Inconfidentes, Mestre em Ciência Florestal (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM) e Doutorando em Geociências (Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP).
  • Alexandre Christofaro Silva Professor Associado do Departamento de Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM.

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v18i1.1058

Palavras-chave:

organossolos, superfícies de aplainamento, datações radiocarbônicas, δ13C, paleoambientes

Resumo

A Serra do Espinhaço Meridional – SdEM possui litologias predominantemente quartzíticas e é caracterizada por apresentar áreas dissecadas entremeadas a superfícies de aplainamento em diferentes altitudes, onde, nas depressões, ocorrem as turfeiras. Essas superfícies de aplainamentos são resultado de uma sucessão de eventos denudacionais e deposicionais que compartimentou o relevo, ao longo da evolução geodinâmica da Serra. O objetivo desse trabalho foi mapear as turfeiras da porção setentrional da serra e discutir a gênese e evolução desses pedoambientes nas superfícies geomórficas da Serra do Espinhaço Meridional. A determinação da área e mapeamento das turfeiras foi realizada por meio de trabalhos de campo, análises de imagens e de fotografias aéreas. Com o auxílio do vibro-testemunhador coletou-se testemunhos em oito turfeiras. Amostras para datações e caracterização do ciclo fotossintético da cobertura vegetal que colonizou cronologicamente as áreas foram coletadas em diferentes profundidades, para determinação dos isótopos de carbono (δ13C e 14C). A porção norte da SdEM ocupa uma área de 1.180.109,00 ha, onde foram mapeados 14.287,55 ha de turfeiras, o que representa 1,2% da área total. Nas turfeiras predominam os estágios de decomposição avançado (sáprico), seguido do intermediário (hêmico). Quatro níveis de superfícies geomórficas foram identificados em toda a extensão da SdEM: Superfície I (S1), Superfície II (S2), Superfície III (S3) e Superfície IV (S4). Considerando a altimetria como principal fator, a S1 foi cronocorrelacionada com a Superfície Pós-Gondwana e a S2 cronocorrelacionou-se com a Superfície Sul-Americana. A Superfície III (S3) teve correspondência com a Superfície Sul-Americana I e a Superfície IV (S4), por sua vez, com a Superfície Sul-Americana II. A maioria das turfeiras, desenvolvidas no Quaternário, entre o Pleistoceno e Holoceno, se formaram sobre a Superfície Pós-Gondwana (S1) e na Superfície Sul-Americana (S2), em níveis altimétricos que variam entre 1.100 a 1.400 m. O predomínio de plantas com ciclos fotossintéticos CAM e C3 demonstraram a colonização da SdEM por espécies como bromélia, cactos e algumas euphorbiaceae, típicos de campo rupestre e por árvores e arbustos, ao longo da transição Pleistoceno-Holoceno, reflexos de mudanças ambientais locais e regionais ocorridas no Quaternário, possivelmente associadas a paleoclimas.

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Publicado

31-03-2017

Como Citar

Silva, M. L., & Silva, A. C. (2017). GÊNESE E EVOLUÇÃO DE TURFEIRAS NAS SUPERFÍCIES GEOMÓRFICAS DA SERRA DO ESPINHAÇO MERIDIONAL – MG. Revista Brasileira De Geomorfologia, 18(1). https://doi.org/10.20502/rbg.v18i1.1058

Edição

Seção

Artigos