MODELAGEM HIDRODINÂMICA COMO FERRAMENTA DE APOIO À GESTÃO HÍDRICA DO RIO TAPAJÓS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v22i2.1975

Palavras-chave:

HEC-RAS, Simulação, Recursos Hídricos

Resumo

As crescentes demandas pelo uso da água têm agravado a quantidade e qualidade desse recurso vital à vida e, aliadas a eventos naturais extremos, podem intensificar a degradação dela. Diante disso, este estudo tem como objetivo analisar os eventos extremos máximos de vazões de um trecho do rio Tapajós, por meio da modelagem hidrodinâmica. Avaliou-se o potencial de utilização desta ferramenta inovadora dentro do processo de gestão e planejamento dos recursos hídricos. Para tal, lançou-se mão do modelo HEC-RAS, o qual representa um modelo hidrodinâmico unidimensional. O trecho estudado do rio Tapajós corresponde a aproximadamente 540 km e foram utilizadas quatro estações fluviométricas (Barra do São Manoel, Fortaleza, Acará do Tapajós e Itaituba) e suas respectivas séries históricas de cota e vazão, bem como o perfil transversal (batimetria) de cada estação. Os dados do perfil batimétrico foram acoplados com um Modelo Digital de Elevação (MDE) originado de dados SRTM, sendo estes os dados necessários para a simulação no HEC-RAS. As vazões foram extrapoladas para os Tempos de Retorno (TRs) de 10, 25, 50 e 100 anos, por meio da distribuição de frequência de Valor Extremo Generalizado (GEV), e as cotas foram calculadas pelo modelo hidrodinâmico. Na etapa de calibração, foi feito o ajuste do coeficiente de rugosidade Manning para as estações, os quais ficaram de 0,041 a 0,095.  O coeficiente de determinação de Nash-Stucliffe ou R² foi maior que 0,99 em todas as estações. A simulação teve cotas simuladas entre 111,04 e 112,22 m (Barra do São Manuel), 82,87 e 83,29 m (Fortaleza), 60,56 e 61,07 m (Acará do Tapajós) e 19,75 e 20,15 m (Itaituba), sendo este último calculados pela GEV para a condição de contorno de jusante, considerando a variação de cota entre os TR100 e TR10. Os resultados desta modelagem são promissores dentro do campo da gestão hídrica, pois permitem a validação do modelo hidrodinâmico HEC-RAS para a simulação das alterações sofridas na bacia, consagrando-se como uma ferramenta de suma importância para a conservação dos recursos hídricos. Ressalta-se que os levantamentos periódicos de campo são indispensáveis, pois os modelos representam apenas uma aproximação da realidade do meio ambiente, sendo necessário alimentar o modelo com novos dados para minimizar as incertezas.

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Biografia do Autor

Eliézer Cláudio Ribeiro Silva, Universidade do Estado do Pará - UEPA

Discente de Engenharia Ambiental na Universidade do Estado do Pará - UEPA

Fiamma Buchinger Alves, Universidade do Estado do Pará - UEPA

Discente de Engenharia Ambiental na Universidade do Estado do Pará - UEPA

Marcelo José Raiol Souza, Universidade do Estado do Pará - UEPA

Possui duas graduações: Engenharia Mecânica e Física-Bacharelado ambas pela Universidade Federal do Pará, mestrado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Pará (2000) e doutorado em Engenharia de Recursos Naturais pela Universidade Federal do Pará (2010). Possui duas especializações: Aproveitamento de Energias Solar e Eólica e Tecnologia de Celulose e Papel. Atualmente é professor da Universidade do Estado do Pará. Tem experiência nas áreas de Engenharias Térmica e Processo, com ênfase em aproveitamento energético de biomassa. Desenvolve estudos sobre potencialidade de aproveitamento de energias renováveis e modelagem matemática de sistemas naturais.

Mayke Feitosa Progênio, Universidade Federal do Pará

Possui graduação em Engenharia Ambiental-UEPA (2016), Mestrado em Engenharia Civil- UFPA (2019) com enfase na área de saneamento e recursos hídricos e atualmente é doutorando do PPGEC/UFPA. Pesquisador do Grupo de Estudo em Energia e Processos na Amazônia (GEEPAM) e participante do Grupo de Pesquisa em Água, Energia e Sustentabilidade da Amazônia (GAES), com ênfase de pesquisas em energias alternativas e sustentabilidade ambiental de obras hídricas. Tem experiência na área de Engenharia Ambiental com ênfase em energias renováveis, processos estocásticos e simulação de processos físicos, atuando principalmente nos seguintes temas: Barragem de maré, simulação de maré via interpolação cúbica hemirtiana, modelagem de precipitação pluviométrica e na estimativa de potencial ambiental para instalação de usinas hidroenergéticas (PCHs e Usinas maremotrizes).

Carlos Eduardo Aguiar de Souza Costa, Universidade Federal do Pará

Possui graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Universidade Federal do Pará - UFPA (2013), mestrado (2016) e doutorado (2021) em Engenharia Civil (Área: Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental) pela UFPA, e especialização em Engenharia Geotécnica pela Faculdade Única de Ipatinga - FUNIP/MG (2020). Possui experiência em docência, colaborando em disciplinas como Hidráulica Aplicada, Hidráulica II e Recursos Hídricos durante o seu estágio docência pelo doutorado. Como profissional, trabalhou em empresas responsáveis por elaborar e fiscalizar importantes projetos de saneamento por todo o Estado do Pará e, atualmente, também atua como consultor na área de saneamento e meio ambiente.

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Publicado

01-04-2021

Como Citar

Silva, E. C. R., Alves, F. B., Souza, M. J. R., Progênio, M. F., & Costa, C. E. A. de S. (2021). MODELAGEM HIDRODINÂMICA COMO FERRAMENTA DE APOIO À GESTÃO HÍDRICA DO RIO TAPAJÓS. Revista Brasileira De Geomorfologia, 22(2). https://doi.org/10.20502/rbg.v22i2.1975

Edição

Seção

Artigos