ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE BACIAS DE CABECEIRA COMO FERRAMENTA DE INVESTIGAÇÃO GEOMORFOLÓGICA EM MÉDIA E LARGA-ESCALA ESPACIAL

Autores

  • Chrystiann Lavarini Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geografia e Análise Ambiental - UFMG - Instituto de Geociências/Campus Pampulha/UFMG, Av. Antônio Carlos, 6.627, Pampulha, Belo Horizonte, MG - CEP: 31270-901
  • Antônio Pereira Magalhães Jr. Professor Adjunto do Departamento de Geografia - UFMG - Instituto de Geociências/Campus Pampulha/UFMG, Av. Antônio Carlos, 6.627, Pampulha, Belo Horizonte, MG - CEP: 31270-901

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v14i1.331

Palavras-chave:

Modelagem Geomorfológica, Geoestatística, Bacia do Rio das Velhas.

Resumo

Resumo

Apesar das bacias de cabeceira abrangerem grande parte da área das bacias hidrográficas, elas detêm, ainda hoje, uma quantidade de estudos muito inferior aos segmentos fluviais de ordem hierárquica elevada. O papel das zonas de cabeceira na configuração de unidades geomorfológicas como bacias hidrográficas, redes hidrográficas e compartimentos morfológicos pode ser analisado a partir da análise morfométrica. Este trabalho buscou justamente investigar a relevância da análise morfométrica de bacias de cabeceira como ferramenta para a compreensão da configuração de unidades geomorfológicas de média e larga-escala espacial. Para tanto, adotou-se como estudos de caso, as bacias de cabeceira do Ribeirão da Mata e do Córrego Jaguará, pertencentes ao Alto-Médio Curso do Rio das Velhas, em Minas Gerais. Em sua essência, foram analisados os arranjos espaciais, os padrões morfológicos e os fatores condicionantes da gênese e evolução dessas bacias, visando estabelecer relações com a configuração geomorfológica do modelado e da rede hidrográfica. Para este fim, foram amostradas 482 bacias de cabeceira, seguidos de análises morfométricas e estatísticas em ambiente computacional. Os resultados indicam que nas áreas das bacias de cabeceira a variação altimétrica do coletor principal é acentuadamente maior, prevalecendo um gradiente energético elevado e, portanto, um ambiente com maior potencial erosivo em comparação ao padrão menos declivoso e mais próximo do estado de equilíbrio ideal dos cursos fluviais principais. Foram diagnosticadas também fortes influências estruturais na densidade de bacias de cabeceira na paisagem e, por conseguinte, no desenvolvimento das formas de relevo.  Ademais, nas porções drenadas sobre o Embasamento Cristalino, e mesmo nos calcissiltitos do Membro Pedro Leopoldo, os valores exibiram uma tendência geral a gradações mais uniformes das cotas altimétricas em função do aumento de área se comparadas aos metapelitos da Formação Serra de Santa Helena. Assim, considerando a localização e a morfometria das bacias de cabeceira é possível estabelecer três compartimentos regionais: (i) as porções elevadas sobre Embasamento Cristalino; (ii) as porções em altitude intermediária, no médio e baixo curso do Ribeirão da Mata, sob o substrato granito-gnáissico e os carbonatos do Membro Pedro Leopoldo; e (iii) o modelado flúvio-cárstico do Planalto de Lagoa Santa, desenvolvido sobre o Membro Lagoa Santa. Com efeito, tais resultados demonstram a relevância dos estudos de bacias de cabeceira no Médio Curso do Rio das Velhas, e igualmente aventam a sua utilização como ferramenta metodológica para investigações em média e larga-escala espacial.

 

Abstract

Despite the headwaters cover most of the catchment areas, even nowadays they hold a much lower number of studies compared to the higher hierarchical order river segments. The role of headwater areas on the configuration of geomorphological units as watersheds, fluvial systems and morphological compartments might be analyzed through the morphometric analysis. This paper aims to investigate the relevance of morphometric analysis of headwaters and pretends to help in the understanding of the configuration in the geomorphological units at medium and large-scale. For this purpose, we have adopted as case studies the headwaters of Ribeirão da Mata and Córrego Jaguará watersheds which belong to the Upper-Middle Course of Rio das Velhas watershed in Minas Gerais state. In essence, we have attempted to analyze the spatial arrangements, the morphological patterns and the genesis and evolution driving factors of headwaters, in order to link them both to the geomorphological pattern and to the fluvial network. We sampled 482 headwaters and then morphometric and statistical analysis were carried out in computational environment. The results indicate that in headwater areas the height variation in main rivers is markedly higher when compared to the watershed´s main rivers. The former has high energy and therefore a more potential erosive environment while the last one is less sloping and much closer to the ideal equilibrium of watershed's main rivers. It was verified strong structural influences on the density of headwaters in the landscape and therefore in the development of landforms. Moreover, in the drained portions of the basement rocks, and even in calcisiltites of Pedro Leopoldo Member, the values exhibited a general trend to more uniform altitude variation caused by area increase in comparison to the metapelites of Serra de Santa Helena Formation. Considering the location and the morphometry results the headwaters might be divided into three compartments: (i) the highest portions on Basement; (ii) the portions of intermediate altitude, in the Middle-Lower Course of Ribeirão da Mata watershed located on the substrate and carbonates of Pedro Leopoldo Member; and (iii) the fluviokarstic lanscape of Lagoa Santa plateau, developed on the Lagoa Santa Member. Indeed, these results confirm the relevance of headwaters studies not only in the Middle Course of Rio das Velhas, but also to other areas with research objectives related to medium and large-scale spatial analysis.

 

 

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Publicado

14-12-2013

Como Citar

Lavarini, C., & Magalhães Jr., A. P. (2013). ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE BACIAS DE CABECEIRA COMO FERRAMENTA DE INVESTIGAÇÃO GEOMORFOLÓGICA EM MÉDIA E LARGA-ESCALA ESPACIAL. Revista Brasileira De Geomorfologia, 14(1). https://doi.org/10.20502/rbg.v14i1.331

Edição

Seção

Artigos