MODELO DE EVOLUÇÃO PEDOGEOMORFOLÓGICA DA SERRA DA CANASTRA, MG

Autores

  • Vinicius Vasconcelos Universidade de Brasília
  • Éder de Souza Martins EMBRAPA Cerrados
  • Osmar Abílio de Carvalho Júnior Universidade de Brasília
  • José Marques Júnior Universidade Estadual Paulista
  • Diego Silva Siqueira Universidade Estadual Paulista
  • Antônio Felipe Couto Júnior Universidade de Brasília
  • Renato Fontes Guimarães Universidade de Brasília
  • Roberto Arnaldo Trancoso Gomes Universidade de Brasília
  • Adriana Reatto EMBRAPA Cerrados

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v14i2.379

Palavras-chave:

pedologia, variabilidade espacial de solo, gibbsita, formas de ferro, colúvio.

Resumo

A gibbsita e as formas de ferro em solos tropicais são preferencialmente controladas pela posição na paisagem e variação das condições hídricas ao longo das pedossequências. Normalmente, em escala regional, a gibbsita aumenta com a elevação do terreno e a idade da superfície, enquanto que, na escala local, decresce do topo para a base das vertentes. A razão entre o ferro oxalato e o ferro ditionito (Feo/Fed) em condições oxidantes e bem drenadas tendem a ser baixas (< 0,05), como no caso dos Latossolos. Por outro lado, razões mais elevadas (entre 0,5 e 1) caracterizam ambientes submetidos a condições redutoras, que indicam a dissolução de óxidos de ferro cristalinos e sua precipitação em formas menos estáveis. A razão entre o ferro ditionito e o ferro total (Fed/Fe2O3) é um indicativo do estágio de intemperismo do solo. Razões de Fed/Fe2O3> 0,8 são geralmente observadas em Latossolos. O comportamento destes parâmetros na paisagem é decorrente do processo evolutivo das catenas. Este trabalho tem como objetivo descrever uma pedossequência na Serra da Canastra, caracterizada por uma polaridade inversa da gibbsita e razões de Fed/Fe2O3eFeo/Fed próprias de um ambiente redutor. A pedossequência possui Latossolo no topo e Gleissolo na base. Entre a alta e média vertentes ocorrem solos desenvolvidos in situ, com uma sequência apresentando Latossolo a montante e Cambissolo a jusante. Na baixa vertente, ocorrem solos desenvolvidos sobre rampas de colúvio, mostrando a sequência Latossolo- Gleissolo para jusante. Foram coletadas amostras dos horizontes diagnósticos em 10 trincheiras ao longo de uma pedossequência. As amostras foram submetidas às seguintes análises: ferro extraído com ditionito-citrato-bicarbonato (Fed) e oxalato de amônio (Feo), análise termogravimétrica para quantificação direta de gibbsita e caulinita e susceptibilidade magnética. O conjunto de dados foi processado por análise multivariada: Análise de Componentes Principais (ACP) e Análise de Grupos (AG). Observou-se que os solos mostram uma evolução lateral de transformação de Latossolos em Gleissolos, de forma progressiva e descontinuada na paisagem. O limite superior da vertente onde ocorrem depósitos coluvionares é marcado pela variação da susceptibilidade magnética, textura e cor do solo. As análises multivariadas (ACP e AG) e os estudos de campo indicam que a pedossequência é derivada de sucessivos solapamentos provocados por erosão subsuperficial e deposição de colúvio, com avanço de ambientes hidromórficos nestas porções relativamente rebaixadas da paisagem.

 

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Biografia do Autor

Vinicius Vasconcelos, Universidade de Brasília

Possui graduação em Geografia pela Universidade de Brasília (2006). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação do Departamento de Geografia na área de Geoprocessamento para Gestão Territorial e Ambiental. Tem experiência na área de Geociências com enfoque em Geomorfologia, Pedologia e Geoprocessamento aplicado ao mapeamento pedogeomorfológico

Osmar Abílio de Carvalho Júnior, Universidade de Brasília

Departamento de Geografia

José Marques Júnior, Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias

Diego Silva Siqueira, Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias

Renato Fontes Guimarães, Universidade de Brasília

Departamento de Geografia

Roberto Arnaldo Trancoso Gomes, Universidade de Brasília

Departamento de Geografia

Adriana Reatto, EMBRAPA Cerrados

Embrapa Cerrados

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Publicado

21-03-2013

Como Citar

Vasconcelos, V., Martins, Éder de S., Carvalho Júnior, O. A. de, Marques Júnior, J., Siqueira, D. S., Couto Júnior, A. F., Guimarães, R. F., Gomes, R. A. T., & Reatto, A. (2013). MODELO DE EVOLUÇÃO PEDOGEOMORFOLÓGICA DA SERRA DA CANASTRA, MG. Revista Brasileira De Geomorfologia, 14(2). https://doi.org/10.20502/rbg.v14i2.379

Edição

Seção

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